No mundo da publicação de livros, muitas vezes se cria uma confusão entre os papéis de "cliente" e "autor" dentro do processo editorial. Essa confusão é amplificada pela tendência de ver as editoras como empresas que tratam seus projetos apenas como transações comerciais. No entanto, existe uma diferença fundamental que precisa ser clarificada: o papel de uma editora não é ter clientes. Apenas "escritórios" de fazer livros, que funcionam como empresas que prestam serviços de produção editorial, têm clientes. As editoras, por sua vez, trabalham com autores. A escolha entre uma editora e uma empresa de fazer livros deve ser clara, pois cada uma tem uma abordagem, um propósito e um compromisso totalmente diferentes.

 

O Papel de uma Editora: Trabalho com Autores

Uma editora verdadeira não vê os envolvidos na produção do livro como clientes. O autor é um parceiro criativo, com quem a editora estabelece uma relação de confiança e colaboração. A editora, nesse contexto, não está simplesmente fornecendo um serviço, mas sim embarcando em uma jornada ao lado do autor, ajudando-o a transformar sua visão criativa em uma obra literária que tenha valor tanto artístico quanto cultural.

A editora é responsável por todo o processo editorial, que envolve a curadoria do conteúdo, o design, a diagramação e a distribuição. O objetivo aqui não é simplesmente "fazer o livro" para o autor, mas, sim, criar algo que respeite sua ideia original, refine-a e a coloque no mercado de forma significativa e impactante. O relacionamento entre editor e autor é, portanto, uma parceria criativa, na qual o autor traz a sua visão, e a editora aplica sua expertise para dar vida a essa visão da melhor forma possível.

Quando uma editora trabalha com um autor, o compromisso vai muito além de cumprir um contrato. A editora não é uma prestadora de serviços; ela é uma facilitadora da visão do autor, ajudando a polir e refinar o trabalho de modo que ele alcance sua máxima expressão. O trabalho da editora envolve, entre outras coisas, a edição do conteúdo, a escolha do formato, a revisão do estilo e a criação de um produto final que represente verdadeiramente a essência do autor. É um processo colaborativo, e não meramente comercial.

 

O Escritório de Fazer Livro: Trabalho com Clientes

Em contraste, uma empresa que se dedica a "fazer livros" trata seus projetos de maneira diferente. Esses escritórios de fazer livros têm clientes, e sua função é entregar um produto conforme as especificações do cliente, geralmente com base em um contrato comercial. O "cliente", neste caso, não é um parceiro criativo, mas sim alguém que solicita a criação de um livro dentro de uma proposta mais orientada ao mercado.

O foco de um escritório de fazer livros está na produção e na entrega, e não no desenvolvimento artístico ou na construção de uma relação criativa. Ele pode criar livros de qualidade, mas a motivação para essa produção é essencialmente comercial: o cliente está buscando uma solução para um projeto específico, e o escritório de fazer livros executa esse projeto de acordo com as exigências pré-definidas.

Esse tipo de relação é transacional. O escritório de fazer livros não entra na dinâmica de envolvimento criativo com o cliente da mesma forma que uma editora. A editora tem a responsabilidade de investir no autor, em suas ideias e no futuro de seu trabalho, enquanto o escritório de fazer livros foca na execução de um trabalho previamente estabelecido, sem necessariamente se preocupar com o impacto cultural ou artístico do livro produzido.

 

A Escolha Clara: Editora ou Escritório de Fazer Livro?

A escolha entre uma editora e um escritório de fazer livros é uma decisão essencial para qualquer autor. Se um escritor ou artista busca apenas produzir um livro sem se preocupar com a colaboração criativa ou com a visão editorial de longo prazo, um escritório de fazer livros pode ser a opção mais adequada. Essas empresas são excelentes para projetos com prazos definidos e exigências claras, sem uma ênfase no processo criativo.

Por outro lado, se o autor busca uma verdadeira parceria que vá além da execução do projeto, onde o conteúdo e a estética da obra são trabalhados de forma profunda, uma editora é a escolha certa. Nesse caso, o autor encontrará não apenas uma empresa que faça o livro, mas uma editora que se dedique a trabalhar lado a lado com ele para dar vida à sua visão de maneira autêntica e significativa.

 

A Distinção Entre Cliente e Autor: A Importância da Escolha

A distinção entre trabalhar com clientes e trabalhar com autores é fundamental. Uma editora que realmente entende seu papel nunca verá o autor como um "cliente", mas sim como um parceiro criativo. O trabalho de uma editora é, em última instância, muito mais artístico do que comercial, pois envolve a curadoria, o desenvolvimento e a publicação de uma obra que tenha significado, longevidade e impacto.

Por outro lado, um escritório de fazer livros pode se especializar em cumprir demandas específicas e de curto prazo, mas sua atuação não está necessariamente vinculada ao propósito de construir uma obra literária com valor artístico ou cultural. O foco de um escritório de fazer livros está em cumprir as exigências do cliente, entregando o produto final, mas sem entrar no processo de construção criativa que define uma verdadeira publicação literária.

Portanto, a diferença entre lidar com um cliente ou um autor na produção de um livro está na essência da relação estabelecida. Uma editora verdadeira não trata os autores como clientes, mas sim como parceiros criativos. Ela trabalha para ajudar o autor a transformar sua visão em uma obra literária significativa, investindo no futuro do trabalho e buscando a qualidade artística. Já um escritório de fazer livros, embora seja capaz de criar livros de boa qualidade, lida com clientes e foca no cumprimento de contratos comerciais e na produção de livros conforme as especificações do cliente.

A escolha entre uma editora e um escritório de fazer livros deve ser clara e bem pensada, pois ela determinará o tipo de relação, o nível de envolvimento e a qualidade do produto final. Para o autor que busca uma verdadeira parceria e uma obra de impacto, a editora é a escolha certa. Para quem busca simplesmente cumprir uma demanda específica, o escritório de fazer livros pode ser a opção mais prática. O importante é entender essa distinção e escolher o caminho que melhor se alinha aos objetivos e à visão do autor.