Cuba é transformadora. Seja pela direita ou pela esquerda você vai entrar em um beco sem saída ética, estética, mas principalmente humana. Não sei se o distanciamento de fazer um livro quase 20 anos depois da minha visita me faz analisar melhor o que eu vi e fotografei, ou se é uma simples visão romântica. O certo é que é, e ainda é, transformadora. Com o embargo dos EUA (que por acaso continua), lembro claramente que não tinha propaganda na cidade (aqui em SP ainda não tínhamos o “cidade limpa”) e eu trabalhava em publicidade na época. Essa eugêniase de consumo chamou a atenção e destacou a arquitetura que estava sendo restaurada na velha Havana, com investimento espanhol. Um patrimônio lindo, e claro, também cheio de problemas sociais. Mas de uma certa maneira, como diria o apresentador daquele programa de TV, Cuba só funcionam três coisas...“segurança, educação e saúde”. O que era para ser uma crítica, vira um elogio, pois são os ideais que todo cidadão de primeiro mundo deseja. É claro que podemos incluir as liberdades políticas, sociais e individuais, e desenvolvimento econômico, possibilitando a prosperidade e o acesso de todos, coisa que Cuba ainda tem de conquistar. Um caminho que ainda é distante, infelizmente. Mas existe a proximidade e ela foi transformadora.