Mozart Fernandes emerge como um artista multifacetado, um verdadeiro caleidoscópio criativo em constante ebulição, assemelhando-se à figura mitológica da serpente que, a cada ciclo, renova sua pele. Como alguém que deixa a sombra para trás, ele incorpora a alma do artista que pinta, desenha, tatua, constrói e ressignifica.
Nascido em São Paulo nos primórdios dos anos 70, Mozart construiu sua essência em Curitiba ao lado de sua família, retornando posteriormente a São Paulo, onde estabeleceu raízes como quem se apaixona pela alma gêmea ao reencontrá-la pela segunda vez.
Inspirado pelas vanguardas das escolas Bauhaus e pela estética brutalista e industrial da arquitetura, o artista dá vida a ambientes, mobiliário, cenários e identidades de marca. No outro extremo deste caleidoscópio complexo, reside o anarquismo gráfico, o Expressionismo Alemão, a tatuagem e a Street Art, traduzindo poesia em cores e formas de maneira original e singular.
Mozart é um artista visceral, que sangra, canta, esfola e dança, apenas para recomeçar no dia seguinte. Sua influência transborda, imortalizando sua arte em peles de conhecidos e desconhecidos, assim como em paredes descascadas de cidades centenárias ao redor do mundo. Seu trabalho, para além de expressões artísticas, se torna um exercício filosófico contínuo, conectando pessoas no entorno e transformando vidas como uma rede social visual, onde cada criação é um elo entre indivíduos e suas narrativas.