Para Andrea Goldschmidt, a exuberância visual dos ritos e celebrações populares - que há muito tempo, e não sem razão, seduz os olhares de tantos artistas da imagem, sejam eles fotógrafos, pintores, desenhistas, cineastas – divide relevância com a História, as tradições e os saberes que lhes dão vida. Andrea pesquisa com densidade sobre as festas que fotografa. Mergulha em livros, consulta teóricos – antropólogos, historiadores – e, acima de tudo, busca aprender com as pessoas que constroem e vivenciam os festejos. Dedicação, persistência, estudo, exploração: profundidade. Mas, mais importante do que isso, Andrea dedica às pessoas não apenas uma escuta genuína, atenta e receptiva à alteridade, mas também uma presença afetuosa, que compartilha experiências e emoções. Foram cerca de dois anos com encontros, ora semanais, ora quinzenais, selecionando juntas as fotografias mais pujantes e identificando qual emoção ou sensação nos parecia mais reverberar em cada foto. O ano seguinte foi dedicado à construção, também a quatro mãos, das sequências em que as imagens seriam apresentadas em cada “capítulo” do livro.